Peço um minuto do seu tempo, que escute uma única voz, rouca
De tanto tentar lhe dizer, sobre coisas do coração que pra você, sempre foram em vão
Por muito tempo, estive aqui, nesse mesmo lugar, falando com as paredes frias
Também fantasiei fadas e monstros nesse mundo sem você
Construí escudos para suas palavras e frases mais duras que meus ouvidos podiam ouvir
Fiz dos seus medos, histórias com super heróis, sem repetir nenhuma delas
Brindei a todas as suas histórias de amor, e quando pedras se atiravam em sua direção, enquanto seu castelo desmoronava, eu usava as pedras para reconstruí-lo
E mesmo assim, eu, eu sempre estive aqui
Jogando seus jogos, sendo peças e cartas, veneno e a cura.
Um corpo entorpece depois de muitas doses de dor, tão injusto
Você via mais não enxergava, você falava mais não se ouvia, tem noção do quão perturbador isto é ? não, eu sei que não tem. Imperceptível
Contudo, congelei, face, mente, mãos, pernas e o coração
Provou do seu próprio veneno, brincamos, brindamos e jogamos na mesma sintonia
Não parei quando você quis para, oh, o jogo estava tão interessante tão excitante
De repente os dados caíram de suas mãos, e enfim, tento descobrir, quanto um erro vale ? Ele tem peso ? Um único erro pode realmente mudar tudo ao seu redor ?
Não sei de onde tirou todas essas palavras que cuspia e ainda sim, continua querendo cuspir, como um dragão o fogo de sua boca, não sei onde aprendeu essas caras e bocas, novela ? filme ? O mais engraçado, são suas palavras corretamente corretas, sua pose de uma pessoa auto suficiente, frases ensaiadas que não mudam repertório.
Calyne Toledo