sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Desagradável, agradável

Eu, que nunca vi beleza numa tarde de chuva, chove em mim. Chove a beleza sobre mim, em mim. Uma sexta-feira, vinte e dois de dois mil e alguma coisa -que não me importe a data- sentada numa poltrona individual, bonita, confortável e azul. A chuva continua caindo -um pingo, dois pingos, 3, 4...- e não para, não sei como poderia parar, isso tão pouco importa. deixe cair. Uma tarde cinza e ventania, me levanto da poltrona azul e caminho até a porta. O vento tira de mim. Eu fecho os olhos respirando fundo, não ouço nada, não vejo nada. O vento tira de mim. Leva os pensamentos embora, caminha com eles até a água que escorre da calçada. O vento massageia minha pele, não posso segura-lo, mas ele não liga para isso e me toca mesmo assim. Algumas gotas caem sobre meu rosto e então abro os olhos lentamente, sem perder a mágica, ela, que nunca me dispus a sentir. Mágica. A vida é mágica. Os momentos, eles todos, tem mágica. Então, volto em mim, percebo guarda-chuvas ambulantes, coloridos, floridos, de bolinhas -os meus preferidos-, listrados, minimalistas, uma festa deles, o destaque de um dia cinza de chuva ou um dia de chuva cinza, como quiser. Volto para a poltrona confortável e azul, preciso de uma bebida confortante. Então faço meu pedido: Quero um capuccino, por favor. Pedido realizado, uma xícara grande e delicada, por um segundo quero me afogar nesta bebida, afogo minha lingua. Queimei. Queimei a lingua, não me aborreci pois sei (e existe) prazer na dor. Existe beleza nisso. Beleza no feio se aprender olhar com outros olhos, hoje eu olhei e vi, beleza na chuva que eu sabia reclamar, sem mesmo nem olhar.

sexta-feira, 22 de março de 2013

It's just business with the worst intentions

Ao passar por aquela porta luzes coloridas brilhavam dentro daquele escuro, existia um cheiro doce em meio a tantos pecados, não podia controlar aquele medo com tanta vontade do perigo, do erro parecendo certo. O pecado morava ali, conseguia sentir pelo fogo que passava por meu corpo, as músicas que tocavam me faziam querer comete-los, diante de meus olhos minha imaginação entrava em guerra com minha cabeça, mais um dólar fora do bolso e dava pra sentir o paraíso. Nunca vi fantasmas mas naquele dia eu vi milagres, na porta do pecado era onde a verdade colidia com a ficção, eu juro. Não me importava com o que pensariam, da porta do pecado eu estava a segundos da insanidade. Você teve a oferta e não pôde recusar, aqueles olhos azuis me rasgavam em pedaços e outros olhos castanhos queriam o mesmo que nós; subir aquelas escadas e morar no paraíso. As memórias não são limpas mas sentia anjos vindo para mim, o beijo do pecado era macio e ali aqueles olhos azuis preencheram nossos sonhos como um lobo em pele de cordeiro, e que combinação. Eu podia confirmar o que revelavam diante de meus olhos, e não era uma magica ruim. Aqueles olhos azuis jogavam os meus jogos favoritos onde nenhum deles se pareciam com cordas em um fantoche, mesmo que presa em mim. Porque o errado parece tão certo ? Uma luz vermelha em cima da minha cabeça persistindo em entrar dentro dos meus olhos, não me faziam perder os sentidos cheios das boas intenções. Sem arrependimentos isso soa algo como me segurando em você, mas suas mãos grudavam em mim; mas não descobriram seu crime imperfeito feito em nós. A intenção esta no numero três e não há nenhuma conspiração contra isso, nos aproximando de nossa chama não queríamos fazer contagem regressiva perto do sinal vermelho, mas se eu piscar e balançar ainda danço no sabor; embrulhada no calor que fizemos. Você olhos azuis, seria um ato perigoso para seguir, mas amo como isso soa. Mesmo sendo a maneira certa para encaixar no molde, o beijo de boa noite vem comigo.